sexta-feira, 18 de maio de 2012

Uma bela história para o fim de semana

As Três Linguagens

Atenção, abrir em uma nova janela.
Houve, uma vez na Suíça, um conde que tinha um filho único, mas tão obtuso que não conseguia aprender coisa alguma. Então, o rei disse-lhe:
- Escuta, meu filho, por mais que me esforce, não consigo por nada dentro da sua cabeça. Precisas ir para fora daqui, eu te confiarei a um mestre muito celebre que tentará fazer algo de ti.
O rapaz foi enviado a uma cidade estranha e hospedou-se na casa do mestre durante ano inteiro. Passado esse tempo, voltou para a casa do pai e este perguntou-lhe:
- Então, meu filho, o que aprendestes?
- Meu pai, aprendi o que latem os cachorros, respondeu o rapaz.
- Misericórdia divina! _brandou o pai_ foi tudo que aprendestes? Vou mandar-te para casa de outro mestre, em outra cidade.
O rapaz foi e passou um ano na casa do segundo mestre. Voltando daí a um ano para casa, o pai perguntou-lhe:
- Que aprendeste, meu filho?
- Meu pai, aprendi o que dizem os passarinhos – respondeu ele.
Zangadíssimo, o pai então gritou:
- O perdição humana. Perdestes um tempo precioso e nada aprendestes? E não te envorganhas de aparecer ante dos meus olhos? Vou mandar-te a um terceiro mestre, se desta vez não aprenderes nada, não quero mais, ser teu pai.
O filho permaneceu um ano inteiro com o terceiro mestre; quando voltou para casa, o pai perguntou-lhe.
- Vejamos, meu filho, que aprendestes?
- Meu pai – respondeu ele – neste ano aprendi o que coaxam as rãs.
O pai, então louco de raiva, levantou-se de um salto, chamou a criadagem e disse:
- Este homem não é amis meu filho; expulso-o de minha casa e ordeno que o leveis à floresta e o mateis.
Os criados levaram-no à floresta, mas, no momento de matá-lo condoeram-se dele e soltaram-no para que se fosse. Arrancaram os olhos e a língua de um veado, que levaram ao velho conde como testemunho.
O rapaz peregrinou durante algum tempo, por fim foi ter a um castelo onde pediu pouso para noite.
- Sim disse o castelão, mas só se quiseres pernoitar lá em baixo naquela torre. Advirto-te, porém, que latem e uivam se parar e, em determinadas horas, é preciso dar-lhes um homem que devoram imediatamente.
Em conseqüência disso, toda região vivia em luto e mergulhada na tristeza, e não havia quem pudesse solucionar o problema. O rapaz, porém, não tinha medo e disse: Irei lá com os cães que uivam, daí-me somente alguma coisa para que lhes possa atirar para que comam, a mim não farão mal algum.
Sendo essa a sua vontade, deram-lhe só a comida para os cães e o conduziram até a torre. Quando penetrou lá dentro os cães não latiram, mas abanaram amistosamente as caudas, e comeram o que lhes apresentou, sem lhe tocar um só fio de cabelo.
Na manhã seguinte, saiu de lá são e salvo para assombro geral; foi ao castelo e disse: - Os cães, na sua linguagem, revelaram-me a razão por que estão presos lá e porque causam tanto dano à região. Estão encantados e precisam guardar um grande tesouro escondido lá em baixo, na torre. E enquanto o tesouro não for desenterrado, eles não se apaziguarão e, sempre na sua linguagem, entendi o que preciso fazer.
Todos se alegrarão ao ouvir isto e o castelão propôs adotá-lo como filho se conseguisse resolver tudo da melhor maneira possível. O rapaz tornou a descer na torre e, instruído como deveria agir, desincubir-se da tarefa com felicidade depois levou para cima uma arca cheia de ouro.
A partir desse dia, nunca mais se ouviram os medonhos uivos dos cães ferozes; haviam desaparecido a região ficou livre para sempre desse flagelo.
Decorrido algum tempo, o rapaz teve a idéia de viajar a Roma. Pelo caminho, passou junto a um charco e dentro dele as rãs coaxaram seus mexericos. Aguçou o ouvido, prestando atenção ao que diziam quando percebendo que estavam a dizer, caiu em profunda tristeza e preocupação. Finalmente depois de muito andar, chegou a Roma. Lá soube que havia falecido o Papa e reinava grande incerteza entre os cardeais, que não conseguiam eleger o sucessor. Por fim, convencionaram que seria eleito aquele a quem fosse revelada, por um sinal milagroso, vontade Divina.
Justamente quando assim deliberavam, o jovem entrou na igreja e logo duas pombas brancas como neve, foram pousar em seus ombros e lá permaneceram imóveis. O clero reconheceu nisso a vontade Divina e, sem mais delongas, perguntaram-lhe se gostaria de ser o Papa. O jovem indeciso, não sabia se era digno de tal encargo, mas as pombas o persuadiram e ele respondeu que sim.
Então, foi ungido e consagrado cumpriu-se assim aquilo que, com grande consternação sua, ouvira as rãs coaxarem ao passar pelo charco. Pois elas justamente diziam que ele se tornaria o Papa.
Depois de coroado, teve de celebrar e cantar a missa, mas não sabia uma única palavra, pois jamais tinha feito isso; então as pombas permaneceram pousadas em seus ombros, o ajudaram, sussurando-lhe aos ouvidos tudo o que devia fazer e dizer.

História tirada do Site Festas Cristãs.

Nenhum comentário:

Postar um comentário